No dia 4 de Outubro, após termos dado entrada no 3º mês de "treinos", senti-me estranha. Já tinha acontecido em vezes anteriores achar que tinha todos os sintomas de uma imaginária gravidez, tamanha desilusão como podem imaginar. Mas neste últimos meses foi diferente. Eufórica com o incio do estágio, com a "nuvem "da tese a pairar na minha cabeça, o misto de receio e de ansiedade por esta nova etapa que se avizinhava fez-me esquecer por completo da "febre bebecas". Não é que me tenha esquecido da vontade de ser mãe, mas deixei de pensar 24 horas por dia no assunto. Retomando dia 4 de Outubro foi um dia diferente, sentia-me desde manhã estranha... vou tentar explicar-vos esta sensação. Sentia-me cheia de calor e para quem me conhece não posso afirmar que seja encalorada, antes pelo contrário uma friorenta com "raça de cão pelado" como diz a minha mãe, sentia-me de tal forma quente que parecia que tinha um termo-ventilador ligado em cima da minha cabeça, um ardor, uns suores que, juros-vos, cheguei a pensar que estava febril. Põe termómetro, tira termómetro e nada 36,2ºC (não é febre, menos mal). O marido gozava comigo, "oh mulher despe-te, vai para a varanda, não me digas que estás com afrontamentos?" (ahahahaha, não teve graça senti-me uma incompreendida sniff). Bem resolvi ignorar, há-de passar pensei, a maldita tensão mamária que até doía com o soutien apertado no máximo, achava eu que era normal, mais um mês daqueles em que tudo parece mais sensível. Depois de um café social com a M. e de dois beijinhos de despedida, chateei o Nuno para irmos à farmácia, apesar de ter um atraso de 2-3 dias, queria fazer 1 teste de gravidez já que me sentia estranha. Não é preciso ser adivinho (a) para saber o que o Nuno disse, foi a reclamar o caminho inteiro, "mais 10 euros para o lixo, vais ficar desiludida, blahblah".
Quem me conhece sabe que quando meto uma coisa na cabeça saiam da frente e lá fui eu, não comprei 1 mas 2 testes, não fosse um dar "barraca". Fui para casa e disparada para o wc. Teste feito, aguarde 1 minuto, ok são 18h30 da tarde e isto não vai dar nada pensei eu, andei de trás para a frente no corredor e nem 20 segundos depois fui espreitar (maldita ansiedade a minha) e pela 1ª vez uma brutal cruz na janela do positivo. Fiquei estupefacta, e agora? Bem, não...não gritei pelo Nuno, fui até à sala, fiz uma expressão facial qualquer e o Nuno pergunta "então?, o quê? é mesmo? estas grávida? conseguimos?".Anda ver disse eu, e ali ficámos que nem estátuas no sitio "mais romântico" da casa, a casa de banho, a olhar para um teste em cima de um lavatório.
Acho que foram mil e um pensamentos que cruzaram as nossas mentes, desde o que fazer, será verdade, o teste não estará errado/avariado? até uma felicidade flutuante como se a ficha de uma máquina não tivesse ainda caído, ali permanecemos nós numa felicidade incrédula.
Ass: Catarina